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Coronavírus: infectologista da Unicamp tira 10 dúvidas sobre o uso de máscaras contra o vírus.

Especialista explica que 'etiqueta respiratória' é a melhor forma de prevenção. Ainda não há recomendação da Sociedade Brasileira de Infectologia e da Anvisa para uso geral de máscaras.

O temor pela contaminação do coronavírus gerou discussão sobre o uso de máscaras para prevenção contra a doença, que já matou 213 pessoas na China. Algumas cidades registraram aumento na procura pelo item, apesar de não haver recomendação dos especialistas e órgãos oficiais para o uso da população em geral. O G1 ouviu um infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que tirou 10 dúvidas sobre o tema. Veja abaixo.

Veja abaixo as respostas do médico infectologista e diretor clínico do Hospital das Clínicas da Unicamp, Plínio Trabasso, sobre o uso das máscara higiênicas.

1. Por que não é necessário para a população em geral o uso das máscaras neste momento?
"O que acontece é que não há casos que não tenham uma ligação epidemiológica com pacientes que não sejam da China. Todos os casos suspeitos são importados de lá. Para a população em geral, não há a circulação do vírus dentro da comunidade. Se a pessoa não veio ou não esteve na área de risco, ela não é potencialmente portadora do vírus.

Portanto, não há necessidade da população em geral usar a máscara, justamente porque não tem efetivamente a entrada do vírus em circulação na nossa comunidade."

2. Quem deve usar a máscara higiênica neste momento?
"Somente profissionais de saúde, ou seja, médicos, enfermeiros que irão atender o paciente que veio dessa área de risco na China e que esteja apresentando os sintomas. Eventualmente, também os profissionais de laboratório. Por enquanto, ainda não existe a recomendação para pessoas que trabalham nos portos e aeroportos no Brasil. O que existe é a triagem por temperatura que é o melhor meio de triagem da população em geral."

3. Em quais situações devo usar máscaras higiênicas?
"Importante dizer que temos casos suspeitos, mas não temos a introdução do vírus na comunidade. Comparando o Brasil e China, são momentos epidemiológicos diferentes. Muitas das recomendações são provisórias, depende da gravidade e da extensão da disseminação do vírus na comunidade.

Estamos numa situação de monitoramento. O sistema de saúde está estruturado e vigilante para atender os pacientes caso ocorra a entrada do vírus. O paciente que apresentar os sintomas e vier das áreas de risco, deve procurar as unidades de saúde ou hospitais de referência para o atendimento."

4. Qual a diferença entre os tipos de máscaras?
"Basicamente é a capacidade filtrante. Há máscaras cirúrgicas que têm a capacidade filtrante bastante eficiente, mas elas acabam tendo uma vida útil curta, cerca de 3 a 4 horas apenas. Com a própria respiração, elas ficam úmidas e perdem a capacidade filtrante.

Existem as máscaras que a gente chama de N 95 que tem uma excelência, se moldam a curvatura da face, tem capacidade filtrante de 99,9% dos patógenos. Essas máscaras, que chamamos de respirador, são usadas quando se tem vírus transmitidos através de aerossol, que são partículas menores e que passam facilmente pelo filtro, por exemplo o sarampo. Essa pode ser usada outras vezes, mas de maneira alguma é recomendada para a população em geral."


5. Qual delas é mais eficiente na prevenção do vírus?
"O que diferencia a máscara efetivamente é a capacidade filtrante que elas tem e o modo como se adequam ao contorno da face."

6. Por que em outros países como a China a população está usando máscaras e no Brasil não é necessário, mesmo com casos suspeitos?
"Porque na China o vírus circula na população. Lá é uma situação epidemiológica completamente diferente da nossa.

Aqui não existe confirmação de circulação local do vírus, nem se quer a introdução do vírus. Mesmo que tenham vindo pessoas da China pra cá, eles não trouxeram o vírus ainda. São casos suspeitos."

7. Em que momento passará a ser necessário o uso das máscaras higiênicas?
"Primeiro a gente precisa ter a introdução do vírus na comunidade e isso não aconteceu ainda. Depois, a chamada transmissão sustentada, por exemplo, o indivíduo que chegou de viagem da China com os sintomas, tem contato íntimo com os familiares que se infectam também. Ou seja, o vírus não se espalhou para o restante da comunidade.

A partir do momento houver realmente a introdução e circulação do vírus na comunidade, em que seja registrado casos secundários e terciários de uma forma mais generalizada. Nesse caso pode ser recomendado o uso da máscara. No momento em que estamos, ainda não temos essa situação no Brasil."

8. Quais as formas de transmissão do coronavírus?
"O que sabemos é que ele é transmitido por gotículas eliminadas através da fala, do espiro, da tosse."

9. Quais atitudes são mais importantes para prevenir o coronavírus?
"Sempre ter a etiqueta respiratória, que é cobrir o nariz e a boca quando tossir ou espirrar. Pode ser com as próprias mãos, com o cotovelo dobrado ou com lenço descartável. Se coberto com o lenço, jogar fora imediatamente e em local adequado.



Campinas
Em Campinas (SP), distribuidoras de produtos hospitalares registraram aumento nas vendas de máscaras cirúrgicas descartáveis. Um levantamento feito pelo G1 na manhã desta sexta-feira (31), mostrou que a procura anormal pelas máscaras foi feita por multinacionais, que têm funcionários no país asiático, clínicas, descendentes de chineses que querem mandar o equipamento para familiares ou que vão receber algum parente em casa, além de brasileiros que farão viagens internacionais nos próximos dias.

O proprietário de uma distribuidora no bairro Chácara da Barra afirmou que costuma vender de 50 a 60 caixas de máscaras por mês, mas só nesta quinta ele comercializou pelo menos 200 produtos. Em outra distribuidora, que costumava vender até 100 máscaras por mês, só nesta semana as vendas chegaram a 1 mil.

Por G1 Campinas e Região



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